terça-feira, 22 de maio de 2007

segunda-feira, 14 de maio de 2007

A História

O assento primitivo desta fortaleza ficaría, supostamente, no cume da serra da Marofa e é de presumir que à chegada dos romanos constituísse um oppidum lusitano defendido por um poderoso castro com cidadela e muralhas torreadas. Desse período da pax romana subsistem vestígios de calçadas, moedas, materiais construtivos e parcelas de muralhas, e datará também desta época a construção da fortaleza, na qual Afonso IX de Leão terá mandado reconstruir as muralhas, em 1209, quando cria o "concelho perfeito" de Castelo Rodrigo, e lhe atribui foral.

D. Afonso Henriques conquista Castelo Rodrigo aos muçulmanos em 1170, ano em que funda o convento de Santa Maria de Aguiar, mas volta a perder a praça pouco depois. Reconquistada definitivamente por D. Sancho I, é reconhecida como portuguesa após o Tratado de Alcanices, em 1297, mandando D. Dinis erguer as robustas muralhas que envolvem o casario, apoiadas em torres semicirculares (com intuitos defensivos) e um possante castelo de muros ameados, torreões, alterosa torre de menagem, fossos e barbacã galgando rochedos. Na preparação da guerra contra Castela, D. Fernando, ordenou a reparação das muralhas, facto que se repetirá no reinado de D. João I em virtude do contexto belicoso, e após as quais a vila se despovoou e o castelo voltou a cair em ruína.

Como muitos outros, o alcaide de Castelo Rodrigo padeceu de rigores legalistas durante a crise dinástica (que nos conduziu à guerra com Castela nos finais do séc. XIV), pois jurou fidelidade a D. Beatriz (e a seu marido, D. João de Castela) e, por essa razão, recusou a entrada ao Mestre de Avis, quando este por aqui passou a caminho de Chaves. Por tal recusa, explica a tradição, terem ficado as armas da vila, invertidas, por castigo do rei de Boa Memória.

D. Manuel I mandou reedificar o castelo em 1500, concedendo foral a Castelo Rodrigo em 1508. Datam desta época a planta e desenhos de Duarte de Armas, no seu famoso Livro das Fortalezas, atestando o bom estado de conservação das fortificações nesse tempo. Data já do período filipino a construção do Palácio de Cristóvão de Moura, que foi arrasado pela população após os eventos de 1640. A pungente ruína permite imaginar o que teria sido o palácio quinhentista, de feição maneirista, erguido no lugar da antiga alcáçova, com um impressionante portal gótico.

No âmbito da designada "arquitectura da Reconquista", o castelo de Castelo Rodrigo constitui um dos mais exemplares sistemas fortificados medievais peninsulares, remontando as torres cilíndricas ao período de vigência do gótico. Actualmente, a fortificação apresenta extensos panos da antiga muralha, treze torreões e três portas (a Porta do Sol, a Porta da Alverca e a Porta da Traição).